Operação “Fratelli Bianchi”
A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor), deflagrou na data de hoje, 25/09, a Operação “Fratelli Bianchi”, destinada a desarticular um núcleo de organização criminosa que, há anos, se dedica a práticas ilícitas no Distrito Federal e em municípios do Entorno.
A investigação teve início em julho de 2025, após a Draco tomar conhecimento de um fato ocorrido em 2024, e se desenvolveu a partir da análise de materiais apreendidos em operações anteriores contra o tráfico de drogas e contra uma organização atuante tanto nas ruas quanto no sistema prisional.
Os elementos reunidos demonstraram que esse núcleo, de atuação autônoma em relação às demais frentes da citada organização, vinha utilizando parte dos lucros do tráfico de drogas em usura com juros extorsivos, praticada de forma sistemática e acompanhada de métodos violentos, como ameaças a familiares das vítimas, uso de armas de fogo e retenção de veículos até a quitação das dívidas.
As apurações também revelaram a utilização de empresas de fachada e de interpostas pessoas para ocultar patrimônio e dissimular a origem dos valores, configurando uma metodologia de lavagem de capitais voltada a sustentar financeiramente esse braço da organização criminosa.
Durante a fase ostensiva da operação, foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e nove mandados de busca domiciliar e de sequestro patrimonial, nas cidades de Águas Claras, Ceilândia e Samambaia, no Distrito Federal, e em Alexânia, em Goiás. As diligências resultaram no sequestro de imóveis e veículos, bem como no bloqueio de dezenas de contas bancárias ligadas aos investigados. Também foram apreendidos mais de 100 kg de maconha.
A operação mobilizou um efetivo de 90 policiais civis, entre integrantes da PCDF — incluindo equipes do DECOR e da Divisão de Operações Especiais (DOE) — e da Polícia Civil de Goiás, por meio da Regional de Águas Lindas de Goiás. Dois dos principais investigados já possuem condenações expressivas, sendo que um deles acumula mais de 46 anos de prisão por homicídio, tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de capitais
Os elementos informativos reunidos reforçam que se trata de um núcleo da organização criminosa do DF, com atuação própria e voltado especialmente à usura extorsiva, servindo como frente de obtenção de recursos ilícitos em paralelo às demais atividades da organização.
Também foi identificado, a partir de registros obtidos pela investigação, que o homicídio praticado por um dos líderes do grupo contra outro integrante da facção acabou sendo posteriormente tolerado pelas instâncias internas da organização, o que, em vez de enfraquecer sua posição, consolidou o prestígio e a condição de liderança exercida dentro do grupo criminoso.
Os investigados poderão responder, em tese, pelos crimes de organização criminosa; extorsão qualificada pelo concurso de pessoas e pelo emprego de arma de fogo; usura ou agiotagem, com pena de 6 meses a 2 anos de detenção e multa; e lavagem de capitais. Somadas em abstrato, essas penas podem alcançar até 30 anos de reclusão, além de multa.
O nome da Operação faz alusão ao fato de que dois dos investigados são irmãos conhecidos pelo envolvimento com o tráfico de cocaína.
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