DF registra queda histórica de homicídios após restrição a distribuidoras de bebidas

 Noventa dias após a entrada em vigor da Portaria que limitou o horário de funcionamento das distribuidoras de bebidas no Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) divulgou o primeiro balanço da medida. O levantamento mostra uma redução consistente dos índices de criminalidade, principalmente nos crimes contra a vida.

Publicada em 31 de março, a portaria estabelece que distribuidoras podem funcionar apenas entre 6h e 0h. A decisão foi baseada em estudos da SSP-DF que identificaram aumento da violência em bares e distribuidoras durante a madrugada.

Segundo a Subsecretaria de Gestão da Informação, o número de vítimas de homicídio consumado caiu de 64 para 49 do primeiro para o segundo trimestre de 2025, uma redução de 23%. Em junho, foram registrados nove casos de homicídio, o menor número para o mês desde 1977, representando queda de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Embora o primeiro semestre de 2025 ainda registre aumento de 14% em comparação com o mesmo período de 2024, o indicador começou a recuar de forma consistente após a implementação da portaria. O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, destacou que as estratégias adotadas seguem diagnósticos prévios e contam com protocolos integrados entre as forças de segurança e órgãos de fiscalização.

A Secretaria de Governo (Segov), parceira na implementação da norma, também avaliou os resultados como positivos. O secretário José Humberto Pires de Araújo afirmou que a redução da violência reforça o objetivo da medida, que busca garantir a segurança e a convivência social.

Em estabelecimentos diretamente afetados pela portaria, o número de homicídios tentados ou consumados caiu de 19, no primeiro trimestre, para 14 no segundo, redução de 26%. Os crimes durante a madrugada também diminuíram 66%. Mesmo assim, quatro homicídios ocorreram entre 0h e 6h em locais que funcionavam fora do horário permitido. As ocorrências estão sendo investigadas pela Polícia Civil do DF e os proprietários foram intimados a prestar esclarecimentos